Bala Mágica
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O BALA MÁGICA MUDOU DE ENDEREÇO

Este blog agora faz parte do condomínio
de blogs de ciência Science Blogs Brasil!
Acesse o novo link do Bala Mágica e fique por dentro
do que acontece no nano(bio)mundo:


Comentários não serão mais aceitos aqui no Blogger,
por gentileza dirija-se ao novo endereço.

Aguardo você lá no SBBr!
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mudanças e despedidas

O BALA MÁGICA ESTÁ DE MUDANÇA!

Você já ouviu falar no Science Blogs?

Science Blogs é a maior rede de blogs de ciências do mundo, e é vinculado ao Seed Media Group. Esta que vos escreve teve a honra de ser convidada a participar do segmento do SB em língua portuguesa, o Science Blogs Brasil. Como toda mudança, é preciso desencaixotar as coisas, pintar as paredes, arrumar a bagunça, etc etc antes de receber as visitas. Logo, logo, estará tudo arrumadinho e poderei abrir as portas da casa nova (ainda falta uma coisinha aqui, outra ali - tudo estará ok até o fim da semana). O novo endereço é bem fácil:


Para quem é assinante do blog, nada muda, pois o feed já foi atualizado.

Confesso que sentirei um pouquinho de saudade daqui, pois o início deste blog foi emblemático para mim e cada "pindurico" nas sidebars é cheio de significado e lembranças (que melodramática, não?) . Mas a mudança compensa, pois a vizinhança é da mais alta estirpe e é um tremendo orgulho poder fazer parte de um projeto bacana como o SBBr.

Obrigada, leitor, por acompanhar-me até aqui. Aguardarei você lá no SBBr com ansiedade!

Ah! Novos comentários não serão mais aceitos nas postagens aqui no Blogger. Ficarei feliz em publicá-los no novo endereço.

domingo, 22 de novembro de 2009

O triste paradoxo da ciência gaúcha

A ciência do Rio Grande do Sul vive um triste paradoxo. O Estado é o quarto maior produtor de ciência e tecnologia do Brasil, com um corpo de 915 pesquisadores que possuem bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq. Temos universidades que figuram entre as melhores do país, de acordo com dados do Ministério de Educação (MEC). As empresas locais vêm se interessando cada vez mais em incorporar pesquisa tecnológica e inovação em suas atividades. Com tantos ótimos indicadores, onde está o paradoxo? No apoio do governo estadual à ciência, que é simplesmente pífio.

FAP é uma agência estadual de fomento, cuja sigla significa Fundação de Amparo à Pesquisa. A função de uma FAP é basicamente custear projetos de pesquisa com recursos do Tesouro do Estado, a fim de promover a inovação tecnológica, a divulgação científica e estimular a formação de recursos humanos. Ao contrário de órgãos federais como o CNPq, que priorizam interesses nacionais ao fomentar projetos, uma FAP deve prezar pelos interesses regionais. A primeira FAP a ser fundada no Brasil foi a gaúcha FAPERGS, em 1964. Desde então, vários estados criaram as suas próprias FAP, muitas extremamente atuantes, como a FAPESP (São Paulo), a FAPERJ (Rio de Janeiro) e a FAPEMIG (Minas Gerais).

A Lei Complementar n.º 9.103 (8/07-1990) destina 1,5% da receita líquida de impostos do Estado do Rio Grande do Sul à FAPERGS. No entanto, esse percentual nunca foi cumprido. Na prática, apenas cerca de 30 % desse valor era repassado. Mesmo assim, a FAPERGS figurava entre as principais FAP do Brasil na década de 1990. Nessa época, a agência lançou o primeiro edital de interação universidade-empresa do país, cujo modelo foi posteriormente adotado pela FAPESP (que hoje investe cerca de R$ 40 milhões apenas nesse projeto). A situação da FAP gaúcha tem se agravado a cada ano e nos últimos tempos ganhou tons de drama apocalíptico: um corte de 50 % nos repasses ocorreu entre 2005 e 2007. Em 2007, foram recebidos R$ 8,2 milhões ao invés dos R$156,7 milhões de reais determinados pela Constituição Estadual.

A FAPERGS tentou emplacar duas emendas com mais de 13 mil assinaturas de apoio em busca de recursos para a instituição no orçamento de 2010. Só que ciência não é prioridade na opinião da maioria dos nossos deputados estaduais, já que as emendas não foram aprovadas. Devido a isso, a fundação irá fechar o ano com gasto inferior a R$ 9 milhões e a previsão para 2010 é de aproximadamente R$ 10 milhões em caixa. Para fins de comparação, o orçamento da FAPEMIG é de R$ 250 milhões (Minas Gerais tem um número de doutores e de recursos investidos por agências federais semelhante ao do Rio Grande do Sul). A consequência? Boa parte dos recursos federais propostos para a pesquisa no Estado não serão mais recebidos, pois é exigida uma contrapartida, mesmo que simbólica, da FAPERGS. O sucateamento da FAPERGS vai na contramão do que é observado na esfera federal, cujo apoio a Ciência, Tecnologia e Inovação nunca foi tão efetivo.

Essa situação estimulou a professora Marcia Barbosa, Diretora do Instituto de Física da UFRGS, a organizar um levante. Os nomes dos ilustres deputados que votaram contra a emenda de aumento do orçamento da FAPERGS foram publicados no site do Instituto de Física da UFRGS como forma de protesto e de conclamação da comunidade acadêmica a se rebelar contra esse descaso governamental. Do texto publicado pela professora Márcia Barbosa (que recomendo a leitura), extraio um trecho para apreciação do leitor:

"A insuficiência e a instabilidade de recursos da FAPERGS inviabilizam o:
- atendimento continuado da demanda espontânea dos grupos de pesquisa;
- aproveitamento pleno dos recursos federais vinculados à contrapartida do Estado, como é o caso de vários programas da FINEP, CNPq e CAPES;
- financiamento de projetos induzidos em áreas consideradas prioritárias pelo Governo do Estado."

Quando estive em São Paulo para o lançamento do Photoprot, ouvi reiteradas vezes que o produto inovador e a empresa que o desenvolveu são motivo de orgulho para os paulistas. Ouvir isso me fez pensar... Ora, o investimento governamental em ciência e tecnologia é estratégico, pois estas últimas estão intrinsecamente atreladas à inovação feita pelo setor industrial, que por sua vez gera riqueza econômica e desenvolvimento. A concretização desse ciclo virtuoso só é possível se pesquisa científica for prioridade política.

Esse é um bom momento para os habitantes do Rio Grande do Sul (acadêmicos, políticos, empresários, população em geral, na próxima eleição) tomarem uma decisão sobre que tipo de Estado querem construir para as próximas décadas: um pampa que preza pela inovação e a utiliza como força geradora de riqueza e desenvolvimento, ou um deserto cada vez mais árido de idéias, iniciativa e (por que não?) orgulho.

Agradecimento à professora Adriana Pohlmann, que instigou esse post durante a viagem a São Paulo.

UPDATE 24/11/2009: Os deputados estaduais que participaram da votação mencionada acima fazem parte da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa do RS. Um Projeto de Lei (nesse caso, o PL 226/2009) precisa passar primeiro por uma dessas comissões antes de ser votado em sessão plenária.

sábado, 21 de novembro de 2009

A ciência também segue as tendências da moda

(fonte: PhDComics)

Será que o futuro nos reserva uma "picociência" para acabar com o reinado das nanocoisas?

;-D

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Menor, e menor, e menor .....

Na década de 1980, a onda era o universo "micro". Dentro desse universo, a microeletrônica ocupava um espaço importante. Nessa época, a indústria brasileira basicamente copiava o que se fazia lá fora. Vivíamos um período de forte retração da produção industrial e de estagnação econômica. Dado o contexto histórico, nessa época ninguém acreditava que o Brasil teria oportunidade de competir em tecnologias de ponta. Por conta disso, a produção nacional na área da microeletrônica não foi incentivada e recursos humanos especializados não foram formados. Como dizem por aí, perdemos esse bonde.

Na década de 1990, ocorreu a abertura do mercado brasileiro, "globalização" caiu na boca do povo, a internet começou a dar seus primeiros passos, o fim da Guerra Fria resultou numa nova configuração de poderes no mundo e os olhos dos cientistas se voltaram para uma dimensão mil vezes menor que a do micrometro. Desde então, o interesse sobre as "nanocoisas" vem crescendo exponencialmente. Hoje, há mais de 1000 produtos nanotecnológicos no mercado mundial e estudos de prospecção apontam uma tendência de crescimento da área que se estenderá até pelo menos 2050. Não é a toa que a nanotecnologia é considerada como área portadora de futuro pelo governo federal. Além disso, o empresariado brasileiro está acordando para o fato de que não é possível crescer sem inovar. Tomara que, este bonde, o Brasil não perca.