Nas minhas buscas sobre o tema, descobri o trabalho de mestrado do economista Leonardo de Assis Santos, intitulado Sistema Brasileiro de Inovação em Nanotecnologia (UFRJ). De acordo com os dados levantados pelo autor, Japão, Estados Unidos e a União Européia estão entre os maiores investidores em nanotecnologia. Certos países emergentes, tais como China e Coréia do Sul, estabeleceram antes do Brasil programas para o desenvolvimento de produtos nanotecnológicos, com um investimento médio de US$ 200 milhões/ano. Até aqui, fica claro que o domínio da N&N não é igual em todas as partes do globo.
Como podemos ver, deu a lógica: Estados Unidos na frente, seguido por China, Alemanha, França e Japão. Esses países somados detêm 67 % do total de publicações. Ao Brasil, cabe 1,65 % do total.
Será que o Brasil vai perder essa janela ou vai aproveitar a oportunidade? Em 2001, o governo brasileiro apoiou a criação de quatro redes de pesquisa em diferentes áreas da nanotecnologia, sendo uma delas dedicada à nanobiotecnologia. Em 2004, foram instituídas, no Brasil, a Ação Transversal de Nanotecnologia nos Fundos Setoriais e a Rede BrasilNano. Em 2005, foi lançado o Programa Nacional de Nanotecnologia (PNN) e criado o Centro Brasileiro-Argentino de Nanotecnologia para impulsionar as pesquisas latino-americanas na área. O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) tem concentrado os financiamentos dos Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia em quatro áreas industriais - fármacos, bens de capital, microeletrônica e software - e em três áreas de pesquisa denominadas "portadoras de futuro" - a nanotecnologia, a biotecnologia e a biomassa. Nesse contexto, a nanobiotecnologia é tanto área estratégica quanto portadora de futuro. Formemos, pois, o maior número possível de pessoal qualificado na área de N&N. Além de contribuir para o desenvolvimento da ciência nacional, pode ser um grande investimento econômico.